sexta-feira, 10 de setembro de 2010


É de manhã, não chove há dias e a gente mal consegue respirar. Queria mesmo estar preocupada com isso. Mas não! Estou metida numa porção de pensamentos maçantes. Desses que a gente não sabe se mete à bicuda ou deixa deslanchar sem querer. O pior de tudo é que eu nunca me contrariei tanto como agora.

Impressionante, há exatos seis dias, eu sentia um enorme ódio de você. E o ódio, como todo sentimento doentio, deveria me fazer não pensar em nada. No entanto, cá estou... Impactada pelo ‘espírito de identificação’. Cheia de angústia, preocupada com você, almejando ajudar, acudir, amparar, auxiliar, proteger. Nessas horas eu me esqueço de tudo e digo:
- Certos sentimentos só se curam se forem amputados.
Eu desejo a você a força necessária para enfrentar tudo isso, abraço.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010



Começo a conhecer-me. Não existo.
Sou o intervalo entre o que desejo ser e os outros me fizeram,
ou metade desse intervalo, porque também há vida ...
Sou isso, enfim ...
Apague a luz, feche a porta e deixe de ter barulhos de chinelos no corredor.
Fique eu no quarto só com o grande sossego de mim mesmo.
É um universo barato.

(Alvaro de Campos)

"Desde que eu respirei às vezes o sopro suave
De tua alma , perfume de tua sombra enterrada,
Desde que me era dado ouvir um ao outro me chamar
As palavras que se derramam no coração misterioso,
Desde que eu vi chorar , desde que eu vi sorrir
Sua boca em minha boca e seus olhos em meus olhos..."

Victor Hugo