sábado, 13 de dezembro de 2008


"...Luz,quero luz,sei que além das cortinas
são palcos azuis,infinitas cortinas com palcos atrás.
Arranca vida,estufa veia
e pulsa pulsa pulsa pulsa pulsa mais!
Mais,quero mais,
nem que todos os barcos recolham aos cais
e os faróis da costeira me lancem sinais,
arranca vida,estufa vela
Me leva leva longe longe leva mais!"

Chico Buarque.

Oração ao sol de amanhã.

"Preciso sonhar um sonho novo,
preciso saber perder um velho sonho,
preciso gerar um novo sonho
e crer nas sempre novas possibilidades
que o que há de vir me oferece.
Preciso encontrar o que mereço em outro endereço,
e que seja logo,que seja breve.
Preciso daquela esperança de um dia após o outro
que a travessia do tempo me concede.
Ó futuro,não me deserde!"

Elisa Lucinda.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008


E dói...
Dói como alguém que se atira da janela.
Dói como ter um avô viciado em heroína e como cortar o dedo de repente.
Dói como sentir o corpo sendo rasgado por unhas afiadas.
E as vezes dói como ver um filme mudo ou quando se fere deixando a carne exposta.
E então a dor (a mesma de horas atrás)imediatamente passa.
Começa andando lentamente,daí corre e logo tropeça em uma pedra ou outra.
Então amanhece,caminho até a varanda e sinto o vento assobiar por entre
os orifícios da casa (vazia),mas minha casa.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008


A tarde vem,a noite chega.
Eu continuo indo e vindo.Aqui dentro.Indo e vindo.
E quando você se achega e quando você me beija...
E quando sinto o cheiro de aventura eu sei que estou vivendo.
Então continuo tentando,então continuo te apertando frente ao espelho.
Então continuo voando sobre mim,então continuo inalando a fumaça.
E você se esquece das velhas ameaças.
A manhã vem,a tarde chega. Eu continuo sorrindo pelo doce mistério.
E enquanto você olha eu as vezes devoro.
E continuo indo e vindo aqui dentro.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Cometário.


Falta do que fazer ou dizer dá nisso.Eis o relato de mais uma viagem inacreditável.

Começou a gritaria.Janelas abertas e gente se abanando.Típico de viagens inesperadas e escolhidas ao acaso.
Sempre que passo por uma dessas eu penso em como poderia estar munida de um belo "Bom ar" para acabar com o caos.Foi assim a história do ônibus mal-cheiroso.
15 horas como era de se esperar lá estava ele,limpinho e organizado para nos receber de braços abertos.(Me refiro a nós,pois além dos 50 passageiros eu mantinha em segredo Zeca e Mordecai,ótimos companheiros de viagem).
Sempre pontual o ônibus receberia nada mais que onze passageiros com sérios problemas mentais e intestinais,cinco deles deveriam estar dopados ou em algum tipo de transe outros cinco cantavam como loucos uma canção sertaneja e o último (e não menos importante) fizera o estrago no ônibus.Lembro-me do momento exato em que a porta do banheiro(lá no fundo) se abriu,juntamente com um estralo de dedos que eu "ADORO".Ah credo!-o grito inesperado da velha senhora com seus cinquenta anos.
O "moço" em decomposição(tenho certeza disso) inaugurara o banheiro imediatamente tornando a viagem tão agradável quanto o enxofre inalado em dias de inferno literal.
Foi o fato marcante para o resto da trajetória.Quem disse que ar-condicionado é uma das melhores invenções humanas,eu atesto que não!Não para casos especiais em que as bombinhas de oxigênio perdem sua força total e metade dos passageiros se enojam.
E junta tudo e joga fora.Jogue o passageiro para fora também.
Fica a dica aos próximos viajantes:
Caros senhores é de total importância que alimentos cuja validade esteja vencida há trinta dias não seja ingerido antes da viagem e se o fizer por favor acenda um fósforo e queime-os (passageiros) de uma vez.
Atenciosamente,
Motorista do Ônibus