sábado, 7 de fevereiro de 2009

"Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo..."


Nem tudo que eu digo soa muito bem. Às vezes (como de costume) sou mal interpretada, talvez por que eu permita ao mundo uma série de interpretações. Compre a sua, é mais ou menos isso. Mas não vem ao caso agora, o que incomoda atualmente é: Quem foi que roubou a meu estojo de lápis de cor aquarelável? Eu sei que isso parece um daqueles esquetes infantis. Nem tudo saiu como planejado, eu não nasci sabendo desenhar, apenas gosto do meu estojo.Continuando o meu raciocínio, sempre que eu acordo olho em cima da estante ou do amontoado de caixas em que ele costumava estar, dou bom dia, confiro se todos os lápis estão ali e saio para tomar café da manhã. Antes de concluir todas as tarefas domésticas vou até lá, escolho uma cor e penso em como aquilo deixaria o ambiente menos sujo. É uma rotina, eu odeio rotinas, porém nem todas podem ser descartadas. Foi assim durante os últimos dois anos até que aconteceu o pior. Roubaram o meu estojo de lápis de cor. Acho até que foi por isso que não tive inspiração por aqueles dias, procurei em toda a casa e percebi que minhas tentativas eram frustradas, pois ele não estava em lugar algum. Pensei até em dar queixa à polícia só que não consegui usar nenhum argumento convincente de que aquilo era importante o bastante para o meu dia-a-dia. Os primeiros meses foram os mais complicados sem ele, enchi a estante de portas retratos, passava noites enchendo a cara e até acendi uma vela ao santo pra que o trouxesse de volta. Nada aconteceu, o céu não se moveu. Me escrevi para a terapia em grupo,todas as quartas eu estava lá assiduamente e armada sempre de nota fiscal e foto do meu ente querido.Aos poucos eu fui me acostumando tentei substituí-lo pela coleção de canetas coloridas,elas até me faziam rir mas não tinha o mesmo efeito duradouro.O que eu podia fazer?Meu estojo fora roubado, eu não o encontrava em lugar algum então precisava seguir em frente por mais dolorido que isso fosse. Atualmente apesar da saudade eu já estou quase superando a não ser por um fato que começou a me tirar o sono. Visitei a minha avó no domingo, ela me pediu para pegar seu remédio da osteoporose dentro da gaveta, ao lado da cama, adivinhem só o que estava lá. Meu estojo de lápis de cor. Ah se eu pego a minha avó!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009


O canto denuncia, o canto anima e ao mesmo tempo traz vida. O canto é a resposta da alma, do corpo e do espírito juntos. Do canto nada se espera, ele é espontâneo, não se prende em normas ou conceitos. Cantar faz qualquer um voltar aos tempos de criança, espanta o medo, escancara sorrisos, desperta abraços e anuncia à saudade.
Ninguém precisa ser músico para cantar.Também não precisa parecer um pato enquanto canta.
O interessante é lembrar dos tempos e se lembrar da música.Da nossa música talvez.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Colégio+sono+baderna = saudade


Você já percebeu como colégio faz falta?Como você se esforçava tanto para não dormir durante a primeira aula por mais importante que fosse?Bons tempos. Aquela época em que você amava tantas pessoas de tantas maneiras diferentes, que jogava avião de papel ou que se esgueirava deles durante as aulas de física. Ou quem sabe usar aqueles uniformes feios pra caralho caramba e ainda achava que não ficava tão feio quanto à maioria dos seus colegas, das chuvas que você pegava em dias de verão quando fugia da aula, de estudar pouco e tirar dez ou de estudar muito e quase zerar uma prova. Quem é que nunca passou por isso?Quem nunca virou a noite na frente do PC ou numa festa tendo prova no dia seguinte, quem nunca foi com meio-porre para as aulas?Isso é inevitável, você percebe que o colégio era a sua casa e a sua casa é um lugar bom para visitas e só. Todo mundo sente saudades do truco durante aulas de história, de remendar os coordenadores estranhos, de chorar do nada e dar gargalhadas nas horas indevidas com o seu colega que enfia um lápis no nariz e que você acreditava ser o mais inteligente de todos.No colégio você aprendeu que existem pessoas e pessoas,desaprendeu tudo que seus pais ensinaram,aprendeu que os porcos têm orgasmos de trinta minutos (e com certeza fez piada disso), saiu de uma aula de geografia com consciência ecológica (embora ela só tenha durado poucos minutos até você mascar um chiclete e pregá-lo embaixo da carteira), viu coisas horrorosas no banheiro e às vezes até participou delas, sonhou que ia pra escola sem roupa, que “pegava” um professor ou decorou todas as histórias macabras,pornográficas e piadas sem nexo que você passou a contar aos seus avós. Depois te perguntam onde foi que aprendeu tantas coisas boas coisas estranhas.