sexta-feira, 14 de novembro de 2008


"eu você e todos os encontros casuais
os ais e os hão de ser
e todos os casais também
olha, acho até que quem achou que nunca ia
esse ia se espantar de ver que o ódio e o amor
e até eu vou pra ver no que vai dar
a massa a moça
e até esse pra sempre

tudo passa"
Marcelo Camelo
Quando os vultos trajando túnicas escuras surgiram a noite enluarada de sábado ia chegando ao fim.Eram altos,de compleição robusta e traços marcantes.Caminhavam pelas ruas secretamente.Era uma época difícil,um tanto perturbada e a maioria das pessoas que habitavam aquela cidadezinha estavam fazendo as malas,ficavam apenas o tempo necessário para aproveitar um último nascer do sol.
A cena da rua quieta era um mosaíco de sombras imprecisas.Uma das sombras não balançava no vento como as das árvores,não era estática como a dos prédios e parecia rastejar,tremer.Era assim que as coisas estavam ultimamente,enquanto os olhos das criaturas apenas observavam o espaço.No fundo do galpão estavam reunidos quatro integrantes,presos a um plano maligno e nojento de encantamento generalizado.
Se alguém pudesse ter visto,a impressão inicial seria de um grupo característico que possuía uma aparência de réptil,como um vulto que parece absorver a luz e não refleti-la.Mas esses pequenos eram invisíveis a olhos humanos.
Vagueando pelas ruas eles se espalhavam por toda a cidade,virando deste lado e daquele,guiados pela vontade do vento,asas rodopiantes,olhos esbugalhados e meio humanoídes.Eles vigiavam,o fôlego saía-lhes como um brilhante vapor amarelo.Tramavam cuidadosamente enquanto discutiam os próximos papéis que seriam desempenhados por cada um.Um professor,dois coordenadores e uma aluna.
Eles repassaram rapidamente a estratégia que daqui a alguns dias impressionaria um grande número de alunos.Presos,cautelosamente pelo mal que vinha de um pretensioso deus pagão e os envolveria como uma densa fumaça.
Logo todos se encontrariam amarrados e possuídos por garras cobertas de gotículas de sangue,ressecados e enfeitiçados literalmente.Era um complô e eles haveriam de se infiltrar aos poucos,aproximando-se através dos livros e ensinamentos amadores.
Existiam instruções e o propósito era o de combinar energias psiquícas a fim de garantir o sucesso do que desejavam realmente.
Era um novo dia,aquela aula monótona havia sido interrompida e os alunos se dirigiam a Assembléia de reuniões para assistir a uma aula dinâmica.Tudo havia sido preparado com grande "carinho" e pudor,existia ali um propósito de beneficiar com uma sabedoria vinda através de... através de.
John e outros alunos interessados estavam atentos ao que seria ministrado,estranho mas começou-se a acontecer uma série de arrepios suficientemente reais o que os colocou sobre um forte desconforto.Eis que se descontraíram e entraram num espécie de transe profundo.Durante um momento,a sala ficou em silêncio exceto pelos profundos folêgos inalados por todos os presentes.
Então um nome se formou nos lábios do professor.Dito em uma língua desconhecida apenas para iniciar a aula.
-Kaseph!
E os alunos repetiram o nome outra vez enquanto deixavam que seus pensamentos se afunilassem àquele único nome que repetiam baixinho.
Pouco a pouco as peças começavam a se encaixar,não havia resistência pois o terreno era fértil.Bem acima o céu se estendia como um dossel opressivo a bloquear a luz,a sombra do mal pairava pela cidade e parecia ao mesmo tempo se locomover até a Assembléia em que os jovens se encontravam.
Os quatro personagens principais estavam a postos sobre o auditório,as portas se trancaram e o espaço se encheu de enxofre.



Eis o melhor e o pior de mim.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008


"Eu sei
Você não
É assim
Pra mim
O fim
Estou enlouquecendo..."
Vinicius de Moraes

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Como irritar seus pais

* Diga "muu" quando te chamarem
* Finja que tem amnésia
* Fale com eles de costas
* Corra com uma lâmpada nas mãos dizendo: "o sol está morrendo!"
* Diga que vestir roupas é contra a sua religião
* Fique na frente deles às 4a.m. com um sorrisão e diga: "bom dia brilho do sol"
* Recite um filme inteiro; três vezes
* Lute contra si mesmo e se derrote
* Puxe um fio de cabelo de alguém e diga "DNA"
* Vista uma camiseta com a frase "I'm retarded"
* Arrume outro jeito de beber de um copo
* Cole seu dedo no nariz com supercola
* Dance tango com seu cão
* Finja ser um índio
* Ponha na testa uma casquinha de sorvete e diga que é um lindo unicórnio
* Fique acendendo e apagando a luz e depois diga com olhar revelador: "Aaah, entendi..."
* Coma coisas não comestíveis
* Imite seu cão e siga-o pela casa
* Segure a mão deles e diga: "I see dead people"
* Entre no banho e grite: "estou me afogando!"
* Tente pôr a cabeça num aquário
* Grite "mentira" para tudo que eles disserem (grandes riscos de levar esporro)
* Persiga uma cauda imaginária

segunda-feira, 10 de novembro de 2008


"A vida tem um jeito curioso de te ajudar.

Um engarrafamento quando você está atrasado
Uma placa de É proibido fumar na sua pausa para fumar

É como ter mil colheres, quando tudo o que você precisa é uma faca!"

domingo, 9 de novembro de 2008

Courtney Love - Letter to God live

Eu gostei muito da tradução dessa música indicada a mim.



Querido Deus
Eu estou escrevendo essa carta para você
Porque eu não tenho nem pista
Você pode me ajudar?
Sentando aqui
Apenas tentando decifrar
Do que a minha vida se trata
Você pode me dizer?

Eu nunca quis ser
A pessoa que você vê
Me diga quem eu sou
Eu sempre quis morrer
Mas você me manteve viva
Por favor, me diga quem eu sou

Eu deito acordada
Conduzindo essa sinfonia
Que você me deu
Mas eu não a tenho ainda
Não fique bravo porque eu fico fraca por dentro
E começo a desmoronar
Pois eu não sinto nada

Eu nunca quis ser
Um tipo de alívio cômico
Por favor, me mostre quem eu sou
Eu fui torturada e maltratada
Desde o dia que eu nasci
Mas eu não sei quem eu sou

E obrigada, cara, por tudo
Desculpe, estou tão assustada sobre tudo isso
Oh, eu queria poder te dar mais
Mas todas as luzes estão brilhando em mim
E eu me sinto violada por todas elas

Eu nunca quis ser
A pessoa que você vê
Obrigada

Oh, Deus, por favor me diga agora
Você está decepcionado?
Você está orgulhoso?
Eu fiz alguma coisa?

Eu sinto muito, estou tão fraca
E eu vou me transformar em uma aberração
Mas eu não sei de nada
Nada

Mas eu perdi toda a auto estima
De roubar tudo
E não sinto nada
Nada

Oh, Deus, por favor me diga agora
Oh, Deus, por favor me diga agora
Pois eu não sinto nada

Oh, querido Deus, estou escrevendo essa carta para você
Eu estou me despedaçando
Por favor, me ajude

Faz um tempo que não me vejo.Lembro-me da manhã em que me despedi daquela imagem desfigurada e um pouco sorridente.
Deixei-a na estação de trem,eram aproximadamente oito horas da manhã.Vestia um casaco preto herdado de sua avó com sapatos fechados típicos de épocas chuvosas.Seu semblante carregava aquela nostalgia de sempre um pouco sedutor mas não o bastante para segurar-me ali.
Algo estava gritando dentro dela enquanto eu tive um daqueles momentos ignorantes.Sabe como é ignorar uma situação?uma pessoa que está a beira da morte? Foi assim,ignorei-a.
Faz um tempo que não me vejo.Perdi o endereço do hotel onde eu devia estar hospedada,joguei fora os últimos vestígios sobre mim e segui em frente.Segui em frente?