sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

A falta que a falta faz.


Sou pequena demais pra dizer o que a falta me faz,com aquela túnica vermelha se escondendo atrás das canecas de coca cola no fim da tarde.Quanto falta faz.
Quanto tempo se passou e nada de vê-la pela vizinhaça,pela piscina do prédio.
Então outra vez as coisas continuam no lugar,e a falta (aquela senhora sentada no canto do ônibus) simplismente desapareceu.Do seu paradeiro não sei,embora tenha espalhado cartazes pela cidade à procura dela.
Lembro das vezes em que ela segurava a minha mão.Ora beijava a face,ora dormia ao meu lado nas noites de insônia...
E a proteção que ela me oferecia sempre que o medo ou a saudade se aproximavam era o que mantinha meus pés no chão.
Até que em um dia de sol ela se foi,deixando apenas um bilhete(amassado) em cima da cama que nos mantinha.Cansara-se de mim e precisava seguir a vida e o tempo quem sabe a traria de volta.
A falta que a falta faz...

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Capítulos de 2008.



Vagueio por entre os capítulos do ano (os meses).

Abro o zíper de Janeiro e como de costume sou jogada para trás pelos velhos morcegos. A história é narrada por uma voz triste, desconhecida e por uma música típica de Manson (sem comentários sobre o gosto musical do tempo).Prevenida com o que veria e sentiria tomei uma dose de anti-alérgicos iniciais e peguei a lanterna preparada para certa ocasião.Foram dias difíceis mas sobrevivi e isso importa bastante.

Deixo esse capítulo para trás. Continuo a minha viagem pelo tempo, passo por fevereiro e logo tropeço em março. Ah!Março está tão oprimido e molhado que não suporto ficar aqui durante muito tempo (deveria ter avisado ao faxineiro que passaria por ele depois do almoço).O chão de março está completamente ensopado e cheio de cartas,uma pilha delas dedicada à algumas pessoas especiais e só,existem também pedaços de seda (de cor preta),fitas,furos,objetos pontiagudos e um pote de comprimidos coloridos jogados no chão.É,esse não foi dos melhores meses.Embora haja também dois cestos no canto (cheios de abraços,cafunés e coisas do gênero).

Assim que fechei esse zíper senti uma sensação de alívio indescritível.

O sol raiou. Chegou Abril, o zíper se abriu e pude ouvir um monte de gargalhas, uma série de livros (sobre todas as coisas),uma força que jorrava por entre os espaços (anteriormente vazios) e colo (essencial ao capítulo). O chão estava úmido, mas fora coberto de toalhinhas e lenços azuis. Um samba acompanhava essa trajetória...

E na parede estava sendo projetado um vídeo de cambalhotas, festivais de misto quente, latas de sorvete e textos (um monte deles) cheios de histórias engraçadas. De uma hora para outra o vídeo parava e o sol acabava se despedindo,daí os maiores aprendizados e virtudes adquiridos na época também iam embora (para que pudessem voltar no outro dia).E o clima continuava durante os capítulos de maio e junho.

E logo mais o vento disseminava as flores por entre os mesmos.

Os seguintes meses: julho, agosto e setembro tinham um ar de descoberta. O cenário era diferente dos demais, as pessoas também já não eram as mesmas e aquele amadurecimento visto na parede continuou, mas lentamente. A consciência acabou tomando a narrativa. O espaço era um conjunto de tardes de estudo (entre outras coisas) e muitas palavras ditas perambulavam pelo quarto acompanhadas por uma série de experiências (não citadas).

Outubro e novembro passaram rapidamente. Trabalhos e vestibulares gritavam aos ouvidos que o tempo estava acabando. E o tempo acabou...

Acabou entre partes. Acabaram os capítulos de “meninice” e um novo começara a surgir por entre os rascunhos espalhados pela mesa.

Dezembro.

(sem mais delongas.)

"Passo a língua nas coisas que vejo e passo as coisas que vejo pra língua."
Viviane Mosé

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

"Papai noel velho batuta."


Sabe aquele velhinho sentando logo no fim do arco-íris?Exatamente.O papai noel.
Hoje como de costume vamos comemorar a chegada do natal (ó silêncio na plateia),sentaremos à mesa com as pessoas "que mais amamos" e daremos uma série de sorrisos,abraços e diremos aquelas frases (decoradas) de todos os outros dias 25 de Dezembro.
Enquanto esperamos o peru (ou o chester,ou o frango) falaremos de presentes,de momentos alegres e da forma como o peru fora estrangulado (talvez).As crianças ansiosas correram pela sala à procura do velhinho noel (leia-se velho capitalista) aos berros,com sua coleção de brinquedos recém ganhados e trajando roupas novas... e quem sabe até consigam olhar pela janela e imaginar a neve caindo.Ah sim!Uma experiência maravilhosa.
Eu sempre me lembro das vezes em que era obrigada a sentar no colo daquele velho barbudo,eu olhava e achava engraçado por que não sabia quem tinha mais medo de quem,então ele me perguntava o de sempre: "Você foi uma boa menina esse ano?Está merecendo presentes?"e é claro,como toda criança esperta que enche o vidro de shampoo (recém derrubado)com água,eu respondia: "Fui sim"... com aquele sorriso misterioso e maquiavélico de criança.
Com o passar dos anos tanto eu quanto papai noel fomos descobertos no flagra,foi uma frustração generalizada.Eu continuei a ganhar os meus presentes (embora eu sempre soubesse que o velho era de mentira) e o papai noel continuou na dele,a dar presentes para todas as crianças (ricas).
Quando vejo os meus primos correndo de um lado pro outro espantados e eufóricos com a chegada do velhinho tenho a leve sensação de inocência e ao mesmo tempo da enganação que eles se meteram.Lembro das vezes em que eu fazia o mesmo e achava um máximo o tal descendo pela chaminé (até descobrir que era um tio,um avô e blá),a família achava o mesmo (no natal todo mundo acha),eu não me incomodo pois tudo na vida vira costume.Estamos até acostumados a pagar alguns reais ao velho papai noel para que as crianças o prestigiem...Sabe como é Noel acabou se rendendo aos encantos do capitalismo.
Ele está perdoado...
Quem mais daria motivos para matar um peru?Quem mais reuniria a família para ceiar (em paz)?
Eu concordo com as crianças...
Papai noel é (e sempre será) o cara!

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Uns versos

de Adriana Calcanhoto

Enquanto espero

Escrevo uns versos

Depois rasgo

(...)

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Fora de casa.


Essas férias prometem.
Tenho o ligeiro costume de dormir fora de casa,sempre acompanhada da minha irmã (grande proteção!).
O combinado era voltar da festa a tempo de pegarmos a casa de portas abertas.Mas dessa vez não deu certo.
Alguém esqueceu de avisar à minha avó que quando os netos saem de casa ou dá-se a chave a eles ou se esconde a mesma em algum lugar.Como se não bastasse as portas trancadas,no meio do mato existiam cachorros à solta e caia um temporal do caraí (sorte é coisa pra poucos).O que é que a gente faz numa hora dessas?Canta... foi o que eu fiz!
Eu sempre me lembro de carregar lanternas,anti-sépticos e protex quando saio de casa (mas por descuido não o fiz).Dormir na caminhonete do meu avô parecia mais aconchegante,a vontade de fazer xixi era grande e o meu celular só tocava Vanessa da mata (mpb numa hora dessas?acredite!).É ,juro que o chop não foi a pior coisa da noite,nem a alergia ao camarão...só mesmo as borboletas (grandes e nojentas) pra bater o meu recorde.Ah!me aceitem.Prefiro mil vezes dormir no mato ao relento (no meio da fazenda) do que debaixo das luzes com as borboletas e mariposas (e foi o que fiz).
Ainda bem que o cochilo noturno durou pouco,sentiram a nossa falta.

Ps:Lembrar sempre de levar uma barraca dentro da bolsa.Ah!Chicletes e repelentes também...


Vampirismo.


Eu não faço parte do grupo de pessoas que acredita em vampiros(quer dizer),eu sou um tanto racional para dedicar a vida a esse tipo de coisa mas as vezes eu penso seriamente que seríamos mais felizes com a presença dessas criaturas.

No fundo eu sei que cada um de nós tem um pouco de vampirismo(notório),somos corpos que vagam das campas de noite e até acordamos com a ligeira sensação de que fomos sugados (não o sangue propriamente dito) mas perdemos as forças,a alegria e os sonhos daí nos tornamos como o personagem comum da literatura de horror e mitologia que conhecemos,é um ciclo.Afirmo que essa comparação é meio estúpida mas não posso deixar de descrevê-la.

Sempre que ouço falar dos vampiros tenho em mente a idéia de sangue(de súbito),o vermelho vivo e caloroso que sai das veias (que salta-que grita).O sangue,aquele que perdemos durante as madrugadas a fio e que até repomos com velhos cálices e taças de vinho,aquele que damos pelos nossos filhos (ou em troca deles),o que vendemos aos que não merecem e o que são usados em pactos (de todas as formas,místicas ou não),o mesmo sangue sugado dos animais e humanos pelas criaturas.

Continuando minha análise percebo que também temos o poder de controlar as coisas e de seduzi-las e contra esse mal não existe hóstia consagrada,alhos ou água benta,nada disso causa efeito significativo.Somos associados aos lobos,aos cães e aos morcegos cada qual com sua personalidade.E ainda dizemos que não temos nada em comum com os vampiros.

Ora o tempo passa e nos apaixonamos,por vampiros (como as fabulas e contos fictícios já previam),nos apaixonamos por pessoas que nos enfraquecem,que nos encantam e que as vezes se transformam sem precisar entrar em contato com as noites de lua cheia.O ciclo continua,como toda maldição passada de geração em geração.

E tudo parece um espetáculo (um grande espetáculo que vai além da Europa Ocidental e do Oriente),abrimos a porta aos vampiros todos os dias (já que os mesmos não entram em lugares onde não são chamados).Os convidamos e logo já podem ceiar conosco sem qualquer resistência.

E ai é que entra a minha pergunta,"Quem será o cardápio de quem...?".

domingo, 21 de dezembro de 2008

Acampamento.


"Acampamento",definição,programa de índio.
Segue abaixo a lista dos acontecimentos:
Acidente de moto,fome,salsichas enlatadas,gato selvagem,passeio no mato,perdidas no meia-ponte,mosquitos (e mais mosquitos),confidências interessantes,bombeiros submersos,aprediz de sinuca,churrasco,barraca (terra na barraca),guerra de ktechup e água,banho comunitário e porta esburacada,cachorro quente,vídeo comédia,borboleta monstro,dormindo na mesa de sinuca,crise de choro,cólica (e pinga à vontade),churrasco do gauchinho,o cachorro da Bruna que morreu e blá...
Hora de dormir,mulheres na barraca,lanterna,passos (imaginários),"Wendel,o protetor das mulheres",crise de gritos e risadas,cachorros à solta,os galos da 1:50h,a fofoca canina,como perder o celular numa barraca,"eu não quero dormir no canto",o bicho papão,doritos,tihuana as sete horas da manhã,fast food no café da manhã e música para alegrar os ouvidos.
Histórias para contar aos filhos e netos.

Aventuras e desventuras.



E continuo dizendo,"como você me dá trabalho viu".
O tempo passa.Você amadurece e eu também,você chora (e eu também)e pra variar tudo continua sendo recípocro.
Ah!Gosto de você (como se não soubesse).
E é esse mesmo tempo que nos deixa saudade,das coisas de infância,das aventuras,dos risos e dessa irmandade que a gente criou (e só a gente sabe).
Definitivamente,você é insuportável,você me faz dormir na chuva em pleno inverno(risos) e pior ainda me inclui nesse mundo,só seu.
Ah!Por que "você é minha" e o cara do ônibus ficou sabendo disso (cara de mal)
Amo você
[Ao infinito e além! \o/]



Oh!Parabéns Natallya... você acaba de comer camarão.
Good luck