sábado, 10 de janeiro de 2009

Hoje vou me fazer chorar.


Tem algo que vejo em você
Pode me matar...
e eu quero que seja verdade.
Eu só estou me fazendo de boba
É que eu costumava me conhecer bem até
chegar aqui.
A música que toca hoje diz tudo e você não vai entender isso
nem deve, nem pode.
Você consegue ver a mulher trajando um vestido vermelho de bolhinhas?
Tocando a música que você não consegue ouvir, tomando partido.
Existe uma verdade escondida nos olhos, afinal de contas
porque você acha que ela abaixa a cabeça?
Acordei cheia de enigmas hoje, começando pelas pessoas que conheci até as
preposições em inglês
e o pior de tudo é que não há possibilidades.
Não há vergonha e nem razão
Você me conhece, são coisas que eu não sinto
são coisas que não me apego que não me permito
como o simples fato de ter um vestido vermelho com bolhinhas brancas. E eu estou escorregando escada abaixo, ando tropeçando pelos corredores e trancando as portas, enfim...

Tem algo em você que pode me matar.


sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Se eu fizesse parar de chover.

Chuva. Cá estamos nós (juntas) e unidas por um só pensamento. O medo dos trovões.
Acho que hoje o Senhor Deus estava bastante grilado e resolveu abrir as torneiras do céu e como sempre somos o alvo.
Eu acredito que alguma coisa estupenda está por vir, o clima anda de rumo novo e em todo país a gente ouve falar de
enchentes e deslizamentos. Mas aqui, nessa terra quente e distante (tão distante), acho impossível a chuva se achar no mapa
com medo de se perder por aqui e nunca mais voltar.
Achava (quer dizer), porque ela se arriscou a vir e agora está aumentando.
-Venha!Sente-se aqui comigo no sofá, vamos nos esconder debaixo da coberta e torcer pra que esse barulho passe logo.
Eu odeio quando você me olha desse jeito, já não basta estar aqui (caridades assim eu não faço e você sabe) e ainda quer
de mim cafunés. Saí pra lá cadela folgada.
Oh eu precisava estudar (sobre a luz de velas, quanta inspiração). Como seria o fluxo de consciência que Clarice usaria neste momento?Ou até mesmo Adélia que procura descrever o cotidiano. O que ambas diriam sobre a tempestade?
Acho que concordamos em algumas coisas, esta é uma situação pesada demais para mulheres e cachorros, não importa o que sentimos no momento, os homens são os únicos que contradizendo esse universo feminino oferecem proteção a nós, com chuva ou sem chuva.
Eu penso assim Ana.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Seguindo para adivinhar os segredos que você não conta.


Não chore guria, não chore.
Eu não tenho as palavras certas para afastar esse seu medo.
E não há nada que o devore assim de um dia pro outro.
Tem que ter cuidado,
como guardar um segredo e receio debaixo da mesa.
Lá fora a chuva agirá como sua amiga, protegendo-a dos que te atacam,
dos acidentes (embora os cintos de segurança estejam postos), dos inesperados
e até dos anti-heróis que atrapalham a sua estrada.
Não chore, a vila está alerta.
A vó prometeu fazer biscoitos de chocolate enquanto você espera
como ela fazia quando tínhamos só cinco anos e esfolávamos o joelho no chão.
E eu estou do seu lado, rezando muito e pouco ao mesmo tempo
para que ao acordar você possa achar na vida um gosto bom.
Ontem eu gastei muitas lágrimas, a tristeza me agarrou que nem quando o bicho papão (imaginário) puxava-nos os pés
daí engoli o choro,me fiz de forte e sai correndo,queria mudar o mundo
queria mudar o seu mundo e o meu...

Foi então que eu percebi que essa Guerra não é minha.


Poema infinito


"a palavra beijo me deixa molinha
a palavra banho fresquinha
a palavra valor besta
já alvará dá dor de cabeça
a palavra certeza me dá alivío
a palavra dúvida me dá ansiedade
surto me dá tristeza
desordem me dá providência
afeto me dá beleza
ofensa me dá ferida
e gozo natureza
já a palavra palavra me dá destreza
escarlate me dá pulsão
destino consturção
acaso me dá esperança
lua intuição
desejo me dá alcance
e medo pré-munição
independente me dá passo
safada me dá veneno
e partido me dá pedaço
a palavra forte me dá fortuna
a palavra lida me dá cansaço
já a palavra luta me dá impulso
e a palavra vitória futuro..."
Elisa Lucinda

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

O que não fui


Tenho saudades de mim
Daquilo que eu não fui e tudo o que não dei a mim.
Tenho Saudades do nada ao ter toda saudade de mim.
Mas em tudo me percorre como se fosse verdade.
Também uma grande mentira a plena necessidade de não saber o que escorre de tudo, dos outros, de mim.
E não sabendo de nada
Nem dos outros, que sou eu ser apenas o sentir cada, que tudo significa ir...

(Humberto Amâncio)

El libro de la locura


- Ana Rita você sabe guardar um segredo? (Foi o que eu disse a ela logo que nos sentamos na varanda pra tomar sorvete de chocolate.)

-Sim, eu sei. - Disse Ana assim que terminei a pergunta.

-Eu estou encrencada.

-O que você fez dessa vez?– Ela retrucou com cara de “vindo de você eu espero qualquer coisa”.

-Uma coisa grave. Quando mamãe souber vai acabar comigo e ai já viu, nada de mesadas e uns dois meses sem internet. Claro!Se isso acontecer ainda poderei terminar os estudos com as duas mãos funcionando e etc.(respondi entre risos).

-Você já está me preocupando. Pra dizer que está lascada assim você só pode ter assaltado um banco, ou estar grávida ou outra coisa mais foda ainda. Conte-me logo!Sem rodeios.

-Eu vendi o carro. – foi o que eu disse

-Como assim vendeu o carro?Pra quem?Pra quê. – disse Ana desesperada

-Eu precisava comprar o livro!Ninguém entende. Passei a vida toda procurando ele. –disse em meio às lágrimas.

-Você trocou um carro por um livro?Mentira!Eu não consigo acreditar. Que livro é esse?

-O livro dos segredos.

-(Risos) Pra que serve um livro desses?Você está ficando louca.

Pausa.

Não faço idéia do tempo que se passou. Abaixo a cabeça e sim estou intacta, parada e dopada.

Alguém está segurando a minha mão e dizendo: - Você está bem. Foi apenas um acidente. Você saiu ilesa.

-Ilesa?Como assim ilesa?

-Ah minha filha!Você saiu por ai atrás de um livro “secreto”, disse que voltaria pra casa apenas com ele.Daí você pegou aquela velha lambreta do seu pai,colocou a Ana na “garupa” e foi.

A polícia disse que você tava correndo muito e bateu no poste da avenida. Vim correndo pra cá assim que me deram a notícia.

Pausa.

Caí na real, eu tinha enlouquecido. Primeiro tomava sorvete com a cadela adotada pela minha irmã, depois conversara com ela, contara-lhe segredos, vendia o carro pra comprar o livro e no fim sai pelo mundo a fora com a lambreta e a cadela. Ah!

Para completar a loucura me restava fumar um maço de charutos cubanos que o médico usara como enfeite sobre a mesa.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Don't leave me high,


Não dá pra me cobrar o tempo todo ou fugir de mim enquanto não encontro as respostas.
Sei lá...
Vai saber,
Se o que me deu,quem sabe?
Vai saber,
Quem souber me salva...
Mas eu sei que já não me preocupa o fato de fazer coisas absurdas.De encarar a vida de
forma diferente,embore chore eu a quero tanto.E talvez a vida (essa que ninguém vive de verdade) seja assim mesmo,cheia de faltas e sobras.

It's the best thing that you've ever had,the best thing
you've
had has gone away...