segunda-feira, 29 de junho de 2009

Vermelho

As flores dela murcham em minhas mãos e as pétalas antecipadamente vão caindo, forrando o chão que antes estava abatido. E logo lá vem ela sem prumo num desoriento tremendo, tropeçando nas flores estendidas pelo caminho. E cá estamos escondidos, voltando ao início da história, realinhando relógios e atrasando as horas como se não existisse um relógio escape por entre as ruas da vida.

Eu digo em voz alta: - Quem bate na porta?Quem está me passando medo?

Pena que o disfarce dura em sim poucos segundos de vida, logo as pernas já estão bambas e a face molhada pelo suor e os terrores noturnos. É eu não posso me enganar. Que me atrasem as horas também, que risquem as cartas e testamentos, que apaguem a memória da dama de vermelho por que por mim, deixe-me viver até perder a contagem das primaveras.