quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Quem irá me proteger?


Fui logo jogando o sapato para o lado, abrindo o zíper da jaqueta, desestruturando

o resto dos cachinhos mal arrumados. E então eu me sentei aqui, nessa cadeira que já é um pouco cama, sofá, e apoio para os pés. Sentei-me aqui para colocar as ideias no lugar, já que ultimamente metade delas anda brincando de pique - esconde comigo. Ou será que eu ando brincado de pique – esconde com elas?

De uns tempos pra cá muito coisa anda se escondendo de mim. São os sentimentos, o vento, os amigos. E todo mundo sabe que eu perco o norte muito fácil, que me desloco assim do nada, por coisa alguma. Todo mundo sabe que eu tenho medo de conceitos prontos, de programas repetidos, de pessoas que não mudam nunca. Eu tenho medo de casamento, de solidão aos domingos, do vento que assobia na minha janela. Morro de medo de não terminar mais um calendário, ou de despachar bons ‘partidos’. Tremo na base quando falam de morros uivantes, números ímpares, olhar fugaz, distância, geometria analítica, velhos amores, futuros amantes, beijos repetidos, barulhos da madrugada, declarações inusitadas, animais não domesticados, borboletas assassinas, homem sanguinário, mal entendido, unhas vermelhas, sangue nas paredes e etc.

E depois quando digo: “não me deixe só, eu também tenho medo do escuro”, metade das pessoas não acredita.


3 comentários:

Anônimo disse...

Eu posso fazer isso. Basta você deixar!

Toninho Moura disse...

Que legal te encontrar seguindo o Dicas Sobre Nada. Teu blog é bem legal e já linkamos ele.
Braços!
Toninho Moura
Capitão Ócio

Anônimo disse...

Nossa adorei o texto to seguindo aqui, adorei seu blog tambem bjo