domingo, 11 de julho de 2010

Toc toc


Quando dei por mim as coisas já tinham acontecido, sem muita explicação. Eu já estava desnorteada, trêmula e com 110 batimentos cardíacos por minuto. Assim que o amor voltou a me pregar peças (nessa ladainha de ir e vir sem pedir permissão), a vizinhança teve muito que comentar. Constantemente ele me acordava de noite jogando pedrinhas na minha janela.
Eu gritava: - Seu moleque! Vá acordar a mãe.
Era a única maneira de voltar a dormir. Outro dia, sem querer, tropecei sobre ele na calçada de casa. Envergonhada, pedi um milhão de desculpas e dei de costas. Meses depois, quando eu imaginava que ele tivesse desaparecido ou sido adotado, a campainha começou a tocar. O tal do amor estava lá de novo, dessa vez tinha nos olhos uma beleza que eu desconhecia. Estampou um meio sorriso e me perguntou:
- Moça, eu posso entrar?
Desde então, nunca mais me deixou.

Um comentário:

Dandara Amaral disse...

Seus textos andam tão românticos ultimamente...