sábado, 27 de setembro de 2008

Cortando as cordas

Desligo-me de um mundo que não é o meu,a qual jamais pertenci.Me desfaço das pessoas que o bem não me fizeram e que agora não passam de lembranças estranhas,de marcas.Enfim,permaneço imune a tais cousas,anestesiada e sóbria a ponto de saber com o que estou lidando.E talvez seja essa sobriedade que me faça recorrer aos sentimentos que não sei usar,aqui me declaro vítima e culpada,aqui me reutilizo,me reciclo e me expresso de acordo com a frequência de pensamentos voluntários numa folha de papel.Pensamentos,sentimentos e desejos que ainda não tenho maturidade para administrar então apenas os descrevo e forço-os a se manifestar.
Tenho me comparado muito a um boneco de pano,que não vê,não se mexe e não se move,porém sou dos bonecos insatisfeitos,dos que pulam das prateleiras e portas ou que se escondem de pequenas mãos indesejadas.Sou dos que fogem do que é real e dos que se sentem atraídos por uma música fúnebre,(se é que ainda se fazem bonecos assim)é assim que me sinto,estou em busca de uma verdade ou de um recomeço.Logo recolherei as folhas envelhecidas e os sentimentos brutos e escreverei o que quero utilizando-me como escape,cortarei as cordas e pularei da prateleira para uma nova concepção de mundo deixando de ser mais um boneco.

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