domingo, 17 de maio de 2009

Minhas fantasias de menino.


A sala é sempre fria, duas poltronas macias e desenhadas, um belo quadro na parede e incenso suave às narinas. Parece um quarto, um consultório terapêutico ou uma sala de visitas de uma funerária qualquer. É lá que eu costumo estar, tomando um chá com os meus piores pesadelos e divagações, é de lá que corro todas as noites, quebro as correntes, cavo um buraco entre as cercas de segurança e aceno para um estranho em busca de ajuda. Ninguém me vê, nem é preciso. Tem dias em que eu consigo escapar, perto do meu último fôlego,quando de súbito o coração dispara,as mãos tremem e os meus olhos são possuídos de vazio existencial. Algumas pessoas dizem que eu sofro de pessimismo crônico, síndrome de Peter pan, carência afetiva (blá,blá,blá...).Ta certo que eu me subestimo e fico dizendo que sou mais forte do que eu quando não sou,quando eu só quero colo (coisas de menino,carências de menino,brincadeiras de menino).É uma espécie de fantasia,daquelas que eu tinha sempre quando ia à terra do nunca,de navegar num navio sem medo de monstros marinhos,de cantar para as paredes:”Paredes,lindas paredes.Eu sou a princesa,a outra impostora quer roubar o meu amor”.É,o correto seria jogar-me na fogueira já que ando mesclando histórias infantis com coisa nenhuma.Por que é que meus 1,67cm de altura não passam a ser 1,70 de uma vez!

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