sábado, 11 de outubro de 2008

Sobre a parede.

Essa música que vaga pela minha cabeça me relembra os tempos de inconsciência e atitudes sistemáticas que tenho sempre que não sou compreendida.Estranho mais a melodia não é agradável,lembra-me meses de luto constante que não tenho,crises extremas de vícios,obrigações dispensadas e coisas do gênero.
Digo-me de passagem em tudo isso,sou parte da porcentagem dos que nunca serão anestesiados totalmente,dos que confiam na nobreza dos homens e logo batem com a cabeça no chão voltando ao que de fato é real.Não me incomodo muito com toda essa rotina desnecessária,reconheço a importância mas não quero gastar uma imensidão de tempo sentindo dores que não deveriam ser sentidas,observando partes que não deveriam ser cortadas enquanto me descanso na ala desse hospital.Constantemente sinto essa brisa que sai da única janela do quarto branco em que estou.Reservado a mim onde gasto horas com os poucos objetos e vestígios que me deixaram para sobrevivência alheia.
Novamente,não me incomodo,escuto a música,como doces,refiro-me a mim como uma pessoa distante e assim me debruço sobre a cama analisando essa melodia que odeio.Retraio-me,reparo-me e observo as imagens negras que se estampam sobre a parede do quarto branco,estou de passagem,aprecio a brisa como se estivesse numa das tardes duradouras de outono tentando apenas encontrar minha sanidade mental.

Nenhum comentário: